Ninguém gosta de Vendedor, mas Todos gostam de Comprar

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A revolução high tech  que inventou a internet e as novas formas de comunicação mudou para sempre a maneira que conversamos, a maneira que aprendemos, a maneira que nos informamos, e principalmente, a maneira que compramos produtos e serviços. Mas não mudou em nada a maneira que vendemos.

Apesar da explosão dos produtos online e das mudanças nos hábitos de compra dos clientes, o profissional de vendas continua trabalhando como se estivesse vivendo no ano de 1955.

Antes da Internet, o vendedor era a única fonte de informação atualizada que o comprador tinha a sua disposição. Por isso, o comprador aguardava ansiosamente a visita de um vendedor para saber notícias sobre o mercado, novas tecnologias, tendências, assistir a uma demonstração do produto ou fazer um teste drive.

Antes da Internet, devido a falta de informação que existia sobre tudo, o comprador se submetia a agenda do vendedor – sabe-se lá quando o comprador teria novamente a chance de falar com o vendedor ou ver novamente um determinado produto. O comprador comprava o que aparecia na sua frente, independente do vendedor ter um discusso decente ou não.

Hoje, o comprador de uma empresa não se submete mais a agenda do vendedor porque ele sabe que existem dezenas de opções a escolher.

Hoje, o comprador de uma empresa não precisa mais de um vendedor para dizer a ele o que um produto ou serviço faz.

Hoje, o comprador consegue descobrir sozinho todas as características e benefícios que um produto oferece através de artigos, web sites de especialistas, opinião de outros usuários, fóruns de discussão, redes sociais, revistas on-line, consultorias, web eventos, white papers e muito mais.

Hoje, devido a grande quantidade de informação disponível na web,  95% de todos os negócios b2b começam na internet.

Hoje, o comprador de uma empresa não precisa mais da figura de um vendedor para fazer o trabalho de office boy de luxo – carregador de folhetos, notebooks e smartphones.

Então, o que fazer com todos os vendedores que ainda desfilam por ai?

Nós devemos reinventar a maneira que eles identificam e se comunicam com os clientes de hoje, ou mandar todos embora.

O que não pode é manter um modus operandis de vendas que ignora a existência da internet.

Antes da internet o processo de vendas era muito simplório. Consistia de 2 etapas. Na primeira etapa o vendedor ligava para o comprador dizendo que queria marcar uma reunião para apresentar o seu portfolio de produtos. Na segunda etapa – após a reunião – , o vendedor ligava para o comprador para saber quando ele iria colocar o pedido ou comprar o serviço.

Hoje, esse tipo de abordagem não funciona mais. Eu tenho certeza que você está tendo uma enorme dificuldade para marcar reuniões para apresentar os seus produtos e serviços, certo?

Isso acontece porque o comprador está interessado em uma diferente etapa do processo de compras; e percebe o vendedor interessado apenas na fase de apresentação do produto.

A propósito, por que precisamos inclusive marcar uma reunião?

Existem hoje diferentes tecnologias para maximizar o tempo do vendedor e inclusive atingir inclusive um número maior de compradores.

Para fazer o trabalho de apresentação do produto, você poderia gravar um vídeo de apresentação e disponibilizar no YouTube. Para fazer o trabalho de demonstração do retorno sobre investimento que a tecnologia embarcada no seu serviço oferece, você poderia escrever um white paper a respeito. Para fazer o trabalho de prospecção de novos clientes, você poderia participar proativamente de duas ou três comunidades online frequentadas por clientes potenciais.  Para fazer o trabalho de qualificação de clientes e oportunidades, você poderia publicar um blog com casos de sucesso e artigos sobre as melhores práticas para os dias de hoje.

Para ajudar o comprador a vender o seu produto para outros influenciadores, você poderia oferecer uma apresentação powerpoint no formato adequado para o comprador apresentar internamente na empresa em que trabalha.

Enfim, a grande maioria dos seus clientes ainda querem aumentar as vendas, diminuir os custos, inovar, manter, desenvolver novos negócios etc, mas no tempo deles, e não para ajudar um vendedor a bater metas e ganhar comissões.

Enquanto o Vendedor toma certas iniciativas para fazer a venda avançar, o comprador segue uma certa direção para finalizar a compra.  Para não se perder no meio do caminho, o vendedor deve se perguntar frequentemente: Quais ações o cliente deve tomar em cada etapa do seu processo dec ompras? Quais informações o cliente precisa em cada etapa?  Qual é a melhor maneira de empacotar essa informação e enviar para o cliente?

Ser Vendedor hoje em dia é sobre ser autêntico e não sobre seguir algum tipo de esteriótipo dos anos 50.

Texto de Ricardo Jordão Magalhaes

Gestão de pessoas

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Conhecer e Tratar com Pessoas precisa Habilidade, não é para qualquer um (por Max Gehringer)

Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente.

Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul. Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho – com tinta Nanquim. Já o Raul, nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase. Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena – que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.

No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de “paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino”. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo. Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional.

Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.

E quem era o chefe do Pena? O Raul.

E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição?

Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. 

Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa.

Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.

E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta.

O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo , eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul.

E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável:… ele entendia de gente.

Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.

E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: “Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo”.

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.

Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio. 

Essa era a principal competência dele.

 

“Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos.

Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes.”


Max Gehringer 

Consultor de Empresas

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